Resultado do PIB confirma cenário esperado de desaceleração da atividade econômica na segunda metade do ano

O PIB brasileiro subiu 0,1% no 3º trimestre de 2023, após avançar 1,0% no 2º trimestre e 1,4% no 1º trimestre, considerando dados com ajuste sazonal. O resultado veio acima da projeção da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) que era de -0,3%, e da expectativa do mercado, -0,2%. Com este desempenho no 3º trimestre, o carregamento estatístico para 2023 é de 3,0%.

Pela perspectiva da oferta, a indústria geral cresceu 0,6% sobre o 2º trimestre do ano. O setor de serviços também apresentou crescimento, de 0,6%, com destaque para atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (+1,3%) e atividades imobiliárias (+1,3%). A agropecuária, por sua vez, registrou queda de 3,3% no trimestre, resultado que reflete a dissipação dos efeitos da supersafra do início do ano.

No que se refere à ótica da demanda, as exportações aumentaram 3,0% no trimestre, enquanto as importações caíram 2,1% no mesmo período. Além disso, o consumo das famílias avançou 1,1% e o consumo do governo aumentou 0,5% na passagem trimestral. Por fim, a formação bruta de capital fixo caiu 2,5% no 3º trimestre de 2023.

A alta registrada pelo setor de serviços no 3º trimestre foi menor do que a registrada no 2º trimestre, quando avançou 1,0%. Este desempenho pode indicar o início do esgotamento dos impulsos positivos que favoreceram o setor no período pós-pandêmico. A ausência de novos estímulos fiscais na segunda metade do ano também contribuiu para esta trajetória. O cenário mais provável é que a principal parte do impulso fiscal do ano já tenha sido absorvida.

O PIB da indústria geral registrou crescimento de 0,6% no 3º trimestre. A maioria dos segmentos registraram alta no período, com as seguintes variações: indústria de transformação (+0,1%), indústrias extrativas (+0,1%) e eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (+3,6%). A exceção foi o setor de construção civil, que caiu 3,8% no trimestre.

Entretanto, o avanço da indústria de transformação no penúltimo trimestre de 2023 provavelmente não será suficiente para reverter o cenário de fraco dinamismo do setor no ano. Este quadro de fraqueza reflete, em grande medida, a postura conservadora conduzida até o momento pelo Banco Central. A despeito do início no corte de juros, a política monetária ainda se encontra em terreno contracionista.

No último trimestre de 2023, a economia brasileira deverá apresentar crescimento moderado. De posse das informações preliminares, o FIESP Data Tracker [3] estima alta de 0,3% para o PIB do 4º trimestre de 2023.

Por fim, diante do cenário supracitado, a Fiesp continua esperando crescimento de 3,1% para a economia brasileira em 2023. O setor industrial, em especial, muito provavelmente continuará enfrentando dificuldades para uma retomada mais significativa. Dessa forma, a Fiesp espera um novo recuo para o PIB da indústria de transformação em 2023, de 0,8%. Se confirmado, este resultado corresponderá à sétima queda em 10 anos.

Fonte: Fiesp

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