Dia da Indústria é comemorado na Fiesp com a participação de autoridades governamentais

Em comemoração ao Dia da Indústria (25 de maio), a Federação e o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp e Ciesp), o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), realizaram evento para discutir os caminhos para a reindustrialização do país.

Dando início ao evento, o presidente da Fiesp, Josué Gomes da Silva, fez uma conexão entre os questionamentos que a democracia vem sofrendo, no Brasil e no mundo, e o desalento no mundo ocidental. “Essas últimas três ou quatro décadas de neoliberalismo esgarçaram o tecido social e a classe média perdeu enormemente”, disse Josué, lembrando que o desenvolvimento (e a indústria) migrou para os países asiáticos.

Para a indústria brasileira retomar o protagonismo de outrora, diz Josué, três fatores fundamentais precisam estar no ponto: o sistema tributário, que necessita de uma reforma simplificadora com a adoção de um Imposto de Valor Agregado (IVA); o câmbio e a taxa juros, que está alta demais.

Em sua exposição, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, defendeu o papel do banco como indutor do desenvolvimento, destacando que a instituição apoiará fortemente a indústria. Ele anunciou que o banco de fomento vai liberar R$ 20 bilhões em crédito para investimentos em inovação no país, com uma taxa de juros de 1,7% ao ano, com dois anos de carência.

Mercadante afirmou ainda que será disponibilizado para as micro e pequenas empresas, via Sebrae, crédito de R$ 5 bilhões a 6 bilhões com fundo garantidor. “O Brasil precisa baixar o custo do capital” afirmou Mercadante. “O caminho é o BNDES e nós só teremos força se estivermos juntos”, disse.

Autoridades participam do encerramento do evento do Dia da Indústria

O encerramento do evento foi marcado pela presença maciça de membros do Executivo e do Legislativo. Em uníssono, fizeram a defesa da recuperação do protagonismo do setor industrial no Brasil. A adoção de uma política industrial ativa, competitiva e moderna, que leve em conta os avanços tecnológicos e a necessidade da transição energética permeou os discursos finais, bem como os painéis técnicos.

Em defesa da indústria, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, voltou a criticar a Selic e disse ser “uma excrescência nos dias de hoje termos uma taxa de 13,75%” – a inflação está em pouco mais de 4%. E acrescentou que tomar empréstimos a essa taxa é inviável para qualquer empresa, de qualquer segmento econômico.

Lula ressaltou a importância do crescimento da indústria para fortalecer a classe média, gerar empregos que paguem salários melhores e estimular o consumo da classe trabalhadora. “Para ter um país forte, uma indústria forte, é preciso ter trabalhadores fortes, ganhando salários justos e sendo consumidores das coisas que eles produzem”, disse Lula.

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, ressaltou a importância do diálogo e do entendimento e que a recente aprovação do novo regime fiscal confirma esse viés de construção coletiva, que deverá acontecer também com a Reforma Tributária. “Ela vai proporcionar um salto de eficiência, com a redução do Custo Brasil, a simplificação dos impostos e oferecer benefícios à exportação”.

Já o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comemorou a estabilidade dos indicadores macroeconômicos, que já respondem favoravelmente, e vê com otimismo o encaminhamento da Reforma Tributária. “O Congresso está maduro e a sociedade ansiosa para ter diante de si algo que dê segurança jurídica para os investidores e para a base fiscal do Estado”. Por fim, Haddad reiterou a importância do setor industrial para o país. “Nós queremos apoiar a indústria, sabemos do papel da indústria para o desenvolvimento nacional”, afirmou.

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