Desafios do setor metrológico são debatidos no MetroLegal 2023

Os rumos do setor de metrologia foram debatidos entre os dias 6 e 8 de novembro, no 6º Seminário de Metrologia Legal, que aconteceu em São Paulo. No evento, especialistas do segmento marcaram presença, como o Presidente do SIBAPEM e da ABRAPEM, Carlos Amarante, o superintendente do IPEM-SP, Marcos Heleno Guerson de Oliveira Junior, e o presidente da Rede Metrológica do Estado de São Paulo (Remesp), Celso Scaranello.

Amarante foi palestrante do 1º Painel (Reciprocidade internacional, barreiras, custos e a globalização) e expôs quais os desafios do fabricante/importador de instrumentos de medição controlados.

Abrindo as apresentações do MetroLegal 2023, o moderador Marcos Aurélio Lima de Oliveira, sócio-diretor da empresa de consultoria SIQ – Soluções de Infraestrutura da Qualidade – enfatizou quão crucial é entender a questão de fabricantes brasileiros colocarem seus produtos em mercados de outros continentes. Lima questionou: “Em um mundo globalizado, por que não conseguimos colocar nossos produtos de metrologia legal em destaque?”

Segundo ele, o Brasil pode competir em um patamar de igualdade com os mercados internacionais por sua robustez e pela infraestrutura em pesquisa no país.

Desafios do fabricante/importador de instrumentos de medição controlados

Após uma apresentação de Daniel Kneubühl, presidente do Comitê de Cooperação Internacional da CECIP (European Weighing Industry – CECIP), o presidente da ABRAPEM deu o pontapé inicial em sua palestra falando sobre a importância do MetroLegal 2023, um evento que coloca em debate os mais importantes tópicos da indústria metrológica. Em seguida, Amarante detalhou os problemas que precisam ser resolvidos para que o setor funcione de maneira mais dinâmica.

Um dos pontos destacados na palestra foi o quão importante é o cumprimento dos processos de fiscalização em instrumentos de medição que estão para ser comercializados para o fim da burocracia. “Esse processo de fiscalização garante os direitos do consumidor final e do intermediário, isso é, aquele fabricante que usará o objeto de medir para produzir uma outra ferramenta. Isso evita diversos problemas, como incerteza do consumidor, discussão entre empresas e falta de padrão de qualidade”, disse ele. “Isso sim, é uma burocracia ruim”, completou.

Entre as principais adversidades encaradas pelo setor, Amarante ressaltou o custo Brasil, falta de normas e recursos e a pirataria. O custo Brasil é o conjunto de dificuldades estruturais, burocráticas, trabalhistas e econômicas que afetam diretamente o crescimento do país, não apenas a metrologia. De acordo com levantamento do Movimento Brasil Competitivo, citado por ele, o custo adicional para produção no Brasil é de R$1,7 trilhão em comparação com outros países. “Isso faz com que a indústria, as empresas e os investidores e empresários sofram por não terem segurança para produzir”, explicou.

O presidente da ABRAPEM abordou a necessidade de fortalecimento do Inmetro para fiscalizar, atualizar as normas e regulamentar onde há lacunas, e os desafios com relação a uma anuência ágil e o desembaraço eficiente do setor alfandegário para a identificação de produtos irregulares entrando no país, bem como pela venda irregular em canais de comércio eletrônico, fatores que geram perda de emprego, de renda e da arrecadação de impostos. E enfatizou que instrumentos de medição irregulares perpetuam erros que promovem uma má qualidade dos produtos. Concluindo a sua apresentação, Amarante colocou a ABRAPEM à disposição para colaborar na construção de RTMs onde faltam ou estão desatualizados e na busca por soluções para os entraves hoje existentes.

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