Se você não conseguiu participar da Reunião de Importadores promovida pela ABRAPEM no último dia 19 de outubro, perdeu uma importante oportunidade de discutir os rumos da importação e o trabalho que vem sendo desenvolvido pela entidade junto à Receita Federal, no sentido de buscar uma relação mais harmoniosa nas relações de importação.
Abrindo o evento, o presidente Carlos Amarante destacou o trabalho do Grupo, conduzido pelo vice-presidente de Importadores, Francisco Clairton Araújo, lembrando que o objetivo é ouvir as demandas e tentar atendê-las, quer seja com o suporte da ABRAPEM ou com a estrutura da Fiesp. “Estamos criando as oportunidades, esperamos que os associados possam aproveitá-las”, comenta Amarante.
Mais uma vez a reunião permitiu o compartilhamento de experiências, com destaque para como vem sendo feito o controle nos principais portos do país. Coube ao presidente Amarante contar como tem sido as tentativas de contato com a Receita Federal, no sentido de tentar ajudar a fiscalização a identificar os principais problemas registrados nas importações de produtos fora da conformidade, ou mesmo nos leilões de balanças apreendidas.
Outro ponto alto do evento foi a participação do superintendente do IPEM-SP, Marcos Heleno Guerson, que apresentou o projeto de Infraestrutura da Qualidade do Instituto, e debateu o combate à pirataria no setor de metrologia e a modernização nos processos de fiscalização do IPEM-SP.
Ao receber a palavra, ele apontou alguns tópicos relacionados à necessidade de um trabalho conjunto das entidades do setor. Guerson também afirmou que todo o trabalho do IPEM-SP em infraestrutura da qualidade vai tocar em questões como normas técnicas, vigilância de mercado e certificação de produtos.
“Curiosamente a definição que os órgãos internacionais tinham sobre infraestrutura da qualidade não abordou a vigilância de mercado, mas isso mudou em 2022, já que viram que esse componente é um dos pilares desse trabalho”, afirmou Guerson, promovendo uma visão integrada do tema infraestrutura da qualidade.
Ele complementou: “esse tipo de mudança de cultura e de mindset é o que temos tentado aplicar no Ipem. Precisamos trabalhar juntos, em conjunto com processos inovadores.”
Inovação é fundamental
“As empresas morrem porque fazem bem as mesmas coisas por tempo demais”. Foi com essa frase que Guerson começou sua exposição a respeito do trabalho que vinha sendo feito no IPEM. Até pouco tempo, segundo ele, não havia no instituto um setor focado na inovação de processos, o que gerava uma sobrecarga de trabalho aos colaboradores e um retardo na instituição.
Guerson expôs a forma como são feitos alguns trabalhos de vistoria pelo IPEM em balanças, em táxis e em bombas de combustível, repetidos da mesma maneira há décadas, mas com uma eficiência aquém do que poderia ser. “Depois que comecei a me atentar na inovação, notei que não existem no Brasil governos ou instituições que promovam a modernização desses trabalhos. Temos que trazer essas soluções, essas tecnologias e análises de dados para a nossa realidade”, afirmou Guerson.
Para tirar todo esse debate do papel, o IPEM-SP criou uma rede de trabalho com instituições privadas e públicas, e tem buscado parceiros que criem sinergia na luta contra a pirataria e contra o atraso no mercado da metrologia.
Após a apresentação do superintendente do IPEM-SP, o vice-presidente de Importadores, Araújo, não só parabenizou Guerson pelo excelente trabalho, como deu sequência à reunião colocando dois pontos em discussão: os custos de importação e a necessidade de recertificação no Brasil de itens importados; a necessidade da ABRAPEM participar dos leilões de balanças apreendidas de forma a tentar conhecer quem está arrematando os lotes e como pretende utilizá-los; e relembrou a informação de que existe uma cadeira dentro do Inmetro para a iniciativa privada. “Temos que verificar isso e pleitear nossa participação.”
Finalizando o evento, o presidente Amarante voltou a reforçar a necessidade de uma maior participação por parte dos empresários do setor. “Precisamos fortalecer nossa entidade para que nossas reivindicações tenham representatividade. Para tanto, é preciso que os empresários participem da Associação e conheçam o importante trabalho que vem sendo feito.”