A FIESP apresentou durante reunião de diretoria, no dia 7 de agosto, um painel sobre o cenário econômico atual. Segundo o material, os dados sinalizam freio na atividade econômica no 2º trimestre, em função do forte impulso agropecuário do 1º trimestre já ter se dissipado.
Os especialistas vêm percebendo uma tendência de queda na demanda doméstica desde o 3º trimestre de 2022, tendo sido acentuado no início de 2023.
Apesar disso, em uma análise do balanço de forças para a atividade nos próximos trimestres, os pontos positivos se destacam, com informações como a queda da inflação, expansão de massa salarial, aprovação do novo regime fiscal, dentre outros.
Eles dizem que a redução de 0,50 p.p. na última reunião do Copom foi acertada, mas a Selic ainda encontra-se em patamar elevado. A expectativa, sinalizada pelo comunicado pós decisão, é de reduções de mesma magnitude nas próximas reuniões. A política monetária em terreno contracionista teve efeitos negativos sobre a atividade, principalmente nos setores mais sensíveis ao crédito. A economia deverá começar a sentir os efeitos do afrouxamento monetário apenas a partir de 2024.
O aumento da inadimplência reforça o cenário de cautela para a atividade econômica, principalmente por causa da perda de fôlego no segmento de bens de consumo. Já o setor de serviços permanece firme, em virtude do aumento da massa salarial. Além disso, no mês de julho, o setor de serviços também foi impulsionado pelas férias.
No 2º semestre, no entanto, o IPCA deverá voltar a acelerar, em função da dissipação dos efeitos das desonerações tributárias adotadas em 2022. A taxa de desemprego deverá ficar em torno de 8,2% em 2023 e de 8,6% em 2024.
Para a indústria a previsão é de mais um ano ruim, embora as expectativas de crescimento do mercado estejam sendo revistas para cima.